domingo, 30 de agosto de 2015

sempre por querer

Dia 29 de Agosto foi um dia esquisito, de várias formas. E foi bom, foi feliz, foi leve. Até a noite chegar.

Ontem foi o tal dia fatídico, dos 6 anos....amigos queridos meus, e por consequência dele,vieram aqui, saímos pra almoçar juntos, depois fomos até Extrema nas lojas de fábrica da Centauro, Bauducco e até de uma empresa de laticínios. Compramos, rimos, conversamos, tirei muita onda por não sermos mais um casal, fazendo piada, deixando tudo leve....E o mais louco disso é que realmente parece que funcionamos melhor sem sermos marido e mulher. Tudo que poderia ter me irritado ontem, não fazia mais sentido. As partes chatas dele, a parte gastona dele, não são mais um problema meu.  E aí, mais de noite, vendo tv juntos, ali num momento tão corriqueiro do nosso dia a dia, me dei conta que eu também não terei mais as boas partes de sermos um casal. E doeu. Doeu fundo. De repente me dei conta que seria nosso último sábado vivendo juntos, afinal semana que vem devo estar já adiantando a mudança para a casa dos meus pais. E então, toda leveza e alegria, e até um certo orgulho por estarmos levando isso dessa maneira, caiu por terra, e chorei. E como o cansaço tomava conta de mim, fui para o quarto e dormi um sono profundo.

Hoje, ao acordar, o sentimento era o mesmo de ontem ao dormir. Fiz nosso último café de domingo...um domingo lindo, de sol, e por isso tão irritante. Vimos um filme juntos, que queríamos ver há tempos, e fui fazer nosso último almoço de domingo juntos. Num momento de distração, ele me chama de "more", e então rola aquele certo constrangimento, eu saio de perto porque tennho vontade de chorar. Ele me chama para andarmos no lago juntos. Nossa última caminhada no lago dessa cidade. E eu nego. Chega de fingirmos que está tudo tão bem. E largo o almoço no fogão e venho para cá escrever, afinal as lágrimas eram tantas que o almoço corria muito risco de ficar salgado demais.

Essa é minha válvula de escape no momento, e se eu não chorar, escrever, desabafar, sinto que não sobrevivo.

"Me deixa aqui no escuro por enquanto
Eu sei que por um tempo vai doer
Pode levar o seu olhar de espanto
É a única maneira de aprender..." (Leoni)

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