quarta-feira, 19 de agosto de 2015

o fim de nós

Eu sei, essa coisa de blog anda totalmente em baixa, afinal para quê um blog se temos Facebook, Instagram, Twitter, Snapchat, e sei lá mais o quê.

Só que lá me parece que essas redes são tão superficiais, e tudo que você escreve não é entendido como se deve, sabe? Blogs para mim sempre funcionaram como minhas antigas agendas/diários de antigamente, uma espécie de desabafo, com o plus de ter alguns amigos queridos lendo, comentando e dando conselhos. Por isso nem pretendo divulgar geral para a galera, apenas para os mais íntimos e os que chegarem aqui, sem convite, serão bem vindos também.

Tem outra coisa que me faz querer escrever: aprender comigo mesma. Pois é, parece estranho, mas não é. Lendo tanto minhas agendas, quanto meus blogs antigos vejo o quanto mudei, evoluí, amadureci, e aprendi muito, inclusive a segurar a barra na hora de uma dor tão mordaz como a de um fim de um casamento.

Pois é, é por isso que tive tanta necessidade de voltar a escrever. Minha relação de 7 anos, sendo 6 casados terminou essa semana. Não, na verdade o casamento teve um ponto final nessa segunda, dia 17, mas ele já vem terminando há um tempo, mais precisamente há 2 anos, quando nos mudamos para o interior de SP.

A verdade é: não temos mais sonhos e objetivos em comum. Não temos. Ainda há amor, carinho, respeito, mas nada que um quer o outro quer também. Estamos em fases diferentes, queremos coisas completamente diferentes, a começar pela cidade em que vivemos. Odeio viver aqui. A cidade é linda, o ar é ótimo, não tem trânsito, ok, isso é bom. Mas é isso. Não tem nada pra fazer, não consegui fazer amigos que me prendam, não tem arte, as pessoas não tem grandes pretensões, sei lá...Não vejo possibilidades para mim aqui, quero crescer, quero fazer algo para transformar o mundo, quero ver arte, quero ver teatro, shows...Ele quer andar de moto, acampar, viajar de moto, andar com povo de moto, fotografar passarinho, viver no mato. Eu quero planos, ele quer viver sem rumo. Faz tempo que tudo que um fala é motivo para o outro brigar. faz tempo que não concordamos com nada, até com coisas bestas e sem importância. Ninguém está errado, não tem vítimas e algozes, apenas somos e estamos diferentes demais.

Ainda precisaremos conviver por quase um mês na mesma casa, então não será fácil, mas também será um grande aprendizado, e sinto que será mais fácil para seguir em frente depois. Eu podia pedir pra ele ficar na mãe dele, mas como eu ficarei com os gatos, quero que ele possa curtir eles um pouco mais. Enfim, todos perdem, todos ganham, essa é a vida real.

"Quando aconteceu
 Quando algo em que a gente acreditava
 Se perdeu
 Por onde você andava?
 Por que não me socorreu?

 Não é o fim do mundo
 É só o fim de tudo que fomos nós
 Sem flutuar e sem tocar o fundo sempre sós."

(Trecho de "Na Nossa Casa" - Herbert Vianna)

Nenhum comentário: